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  • Da infância ao lado de minha avó e da máquina de costura à luta por uma indústria da moda consciente

    Um relato sobre a produção de “Pega-se Facção”, curta de Thaís Braga. Por Thaís Braga* Durante a minha infância brincar com agulhas, tecidos e linhas fazia parte da rotina. Passava as tardes sentada no chão, ao lado de vovó Zeza, enquanto ela costurava, ouvindo o barulho do motor da velha máquina de costura de ferro. À medida que o tempo passou meu interesse pela costura foi aumentando, passei a querer entender melhor como funcionava aquela máquina e como vovó conseguia fazer de um pedaço de pano a roupa que me vestia. Na minha família o curso técnico profissionalizante era muito importante, foi a partir dele que vovô Cidinho aprendeu sua profissão de torneiro mecânico e sustentou seus cinco filhos. Eu também quis fazer o curso técnico e ter uma profissão. Escolhi cursar Produção de Moda no Senai. Quando cheguei na fase de tentar vestibular, não tive dúvidas, queria continuar na profissão, quis ir para Caruaru estudar no Campus interiorizado do Agreste. Com o passar dos anos fui vivenciando a cidade e acredito que ela foi me transformando. Andava pelas ruas e sempre escutava o barulho das máquinas de costura, de dia e de noite, sem parar. Não era aquele barulho de máquina que vinha de uma memória afetiva, era um motor diferente, apressado e contínuo. Ouvi que havia uma cidade lá perto, onde o rio muda de cor acompanhando a moda. Conheci a tal "costura de facção". A maioria dos meus amigos caruaruenses tinham família que trabalhava na feira. Alguns cresceram tirando pelo e ajudando as mães na costura. A segunda indústria que mais movimenta a economia no mundo é sustentada por um modelo de produção apoiado na precarização do trabalho, que além de não trazer bem-estar e segurança, ainda adoece. São gerações e gerações vivendo no ritmo frenético do fast fashion (moda rápida) e da feira. Praticamente toda semana uma nova coleção, um novo modelo. Mas é por produção que o trabalho é pago, então, quanto mais você produz, mais você ganha. Queria entender melhor como tudo aquilo funcionava. Foi no Grupo de Estudos Sextas de Barro que comecei a estudar alienação, terceirização, precarização, todas numa perspectiva de classe. Adentrei de cabeça no movimento estudantil, na luta urbana, frequentava reuniões com movimentos sociais da cidade e do campo, partidos e sindicatos. Após assistir “The True Cost” (2015), documentário que explora as relações de trabalho e os impactos causados pelo consumo exacerbado de produtos em sistema de fast fashion, me senti incomodada por perceber que, principalmente nas aulas de Moda, as pessoas comentavam sobre o assunto com um certo distanciamento. Quando bastava um olhar mais atento às ruas de Caruaru para perceber que não estávamos tão distantes daquela realidade. No espaço acadêmico compreendi que estar em uma universidade era mais do que ocupar uma cadeira e assistir aula. As aulas de Moda foram dando lugar às aulas de Comunicação Social mais voltadas ao audiovisual. Integrando o Laboratório de Análise da Imagem do Agreste, o LAISA, tive a oportunidade de estudar cinema, inclusive, sendo pesquisadora Pibic, desenvolvendo pesquisas sobre documentário pernambucano sob orientação de Amanda Mansur. Nos anos em Caruaru a minha aproximação com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra foi se desenvolvendo não só no campo da luta, mas também no afeto. Meu companheiro na época, Marcos Amorim, era militante sem-terra e atuava na Residência Multiprofissional em Saúde do Campo da UPE em parceria com a Fiocruz e o MST. Em seu território de atuação realizava grupos de atividade física com costureiras em assentamentos da reforma agrária. Marcos me contava as histórias das costureiras e seus familiares, os processos de adoecimento físico e psicológico os quais se desenvolviam naquelas comunidades que viviam no ritmo frenético da costura. Um desses territórios era o assentamento Veada Morta, localizado no distrito de Cachoeira Seca, zona rural de Caruaru. Assim surgiu a ideia de produzir um documentário sobre o trabalho da costura em Cachoeira Seca como trabalho de conclusão de curso. Além do suporte de Marcos Amorim, Amanda Mansur, como orientadora e Camilla Barbosa, como amiga e produtora, contei com a ajuda de amigos queridos nesse processo. Havia montado um coletivo de Design que mais tarde viria a ser uma marca, a Las Lobas, com produção baseada no slow fashion (moda lenta), era o sonho de fazer moda de maneira totalmente oposta ao que era encontrado em Caruaru. Minha função, além da gestão coletiva, era a costura. Como boa parte das micro empresas de moda, que buscam nadar contra a corrente, Las Lobas não sobreviveu. Mas acredito que ter essa vivência no mercado da Moda foi fundamental para desenvolver ainda mais a empatia às costureiras. Passei a frequentar o Veada Morta, por semanas fui com Marcos e suas colegas de turma para o assentamento. Passava algumas horas sentada ao pé das máquinas de costura de D. Maria, D. Luciene, Micaeli, Rosângela, Eduarda e Sivoneide, que abriram suas portas para mim, permitindo que eu conhecesse suas histórias de vida. Sempre comentava sobre vovó e a troca ia acontecendo. Para mim a ética do documentário sempre foi uma questão importante. E eu sabia que para adentrar numa comunidade rural, dentro das casas dessas mulheres, era preciso chegar com respeito e empatia. Esse foi um dos motivos que nos levaram a montar uma equipe totalmente feminina. Queríamos que fosse uma história sobre mulheres contada por mulheres. Fizemos uma visita ao assentamento com toda a equipe, não só para que pensássemos as questões ligadas a técnica, mas também para que houvesse uma interação entre nós e as costureiras antes de chegarmos com todos os equipamentos de filmagem. Naquela semana que estivemos no Veada Morta fomos acolhidas pela família de D. Luciene e Micaeli. O clima era de afeto e aprendizado. As crianças queriam saber como funcionavam os equipamentos, nós aprendíamos com elas como funcionava toda a cadeia de confecção e como se dividiam entre os cuidados da casa, das crianças, da costura e do roçado. A nossa interação como equipe também fluiu muito bem. No final das entrevistas, D. Luciene convidou-nos para um almoço especial na casa dela. Voltamos para casa com as imagens, sons e certezas que estávamos fazendo aquilo por um propósito. Acredito que Pega-se Facção tenha sido uma consequência da minha relação com a cidade, ancestralidade, empatia, afetos e da vontade de unir moda, design e cinema com o interesse de fazer algo por aquela cidade que me acolheu durante 6 anos de minha vida. *Sobre Thaís Braga Thaís Braga é pernambucana, feminista, neta de costureiras, tem 27 anos e é graduada em Design pela UFPE no campus interiorizado de Caruaru. Vive entre o design gráfico e o de moda, mas sua paixão é contar histórias através do audiovisual. O curta "Pega-se Facção" é seu primeiro trabalho como documentarista. Saiba mais sobre o filme: https://www.spiarevista.com/post/filme-destaque-maio-2021-pega-se-fac%C3%A7%C3%A3o

  • Em atualização, site Cinema Pernambucano convida novos cadastros para inscrições

    Site com banco de dados colaborativo, abriu chamada para cadastro de novos filmes, profissionais e realizadores, produtoras, cineclubes e trabalhos acadêmicos relacionados ao cinema pernambucano. Resistir é não ficar parado. Em 2021, apesar de tudo, a produtora Tangram Cultural (responsável pela criação e manutenção do site) promove a atualização do banco de dados colaborativos do site Cinema Pernambucano. Além do layout, que em breve estará de cara nova, o site quer aumentar seu acervo de dados relacionados ao cinema pernambucano e está recrutando novos filmes, profissionais e realizadores, produtoras, cineclubes e trabalhos acadêmicos. No ar desde 2012, a proposta do site é facilitar a democratização do acesso à informação sobre o nosso cinema. No site é possível pesquisar filmografias, catálogo de profissionais, teses e monografias, consultar títulos, sinopses e fichas técnicas, ver fotos e making ofs de filmes e também acessar informações sobre cursos, festivais, cineclubes, salas de cinema, editais, e outros assuntos do audiovisual pernambucano. O Cinema Pernambucano, além de ser um espaço de divulgação da produção do Estado, é, também, um instrumento de apoio para estudantes, professores, pesquisadores, cineclubistas, cinéfilos, realizadores e quem mais se interessar pela história do cinema produzido no estado. Com essa atualização o site reforça seu aspecto colaborativo, fundamental para manutenção da plataforma como uma base de dados online e gratuita. Para fazer parte desse banco, basta acessar o formulário específico para cada seção. Caso algum profissional, produtora ou cineclube já tenha cadastro no site e deseje atualizar alguma informação, basta entrar em contato pelo email culturaltangram@gmail.com Após avaliação das informações, se tudo estiver correto, em breve os novos cadastros poderão ser encontrados no banco de dados do site Cinema Pernambucano. E para mais informações, você pode acompanhar tudo que está rolando no site lá no perfil do instagram da empresa @tangramcultural_. Formulário para inscrição de Filmes Pernambucanos no site: https://forms.gle/7J3JNymMw1PcUFpW6 Formulário para inscrição de Produtoras Pernambucanas no site: https://forms.gle/BR9xgpPUQNsG3Mv8A Formulário para inscrição de Profissionais Pernambucanos no site: https://forms.gle/sx9y8iANGuRPaeyWA Formulário para inscrição de Cineclubes Pernambucanos no site: https://forms.gle/qKWXvAEESiTjNZa76 Formulário para inscrição de Trabalhos Acadêmicos no site: https://forms.gle/bi6Qov6BfXFW1B4S8

  • Uma (possível) leitura de Exercício de Arquivo #2 de Abiniel João Nascimento

    Na segunda semana do mês de março foi realizada a “Semana do Audiovisual Negro”, o primeiro festival de cinema, de caráter competitivo, criado aqui em Pernambuco com recorte racial. Em sua segunda edição, a curadoria buscou uma aproximação entre o cinema negro e o cinema indígena, com obras que refletem sobre ancestralidade e territorialidade das imagens. Foi então que assisti a obra (em processo) “Exercício de Arquivo #2”, do artista Abiniel João Nascimento. Um curta de 12 minutos, um videoarte, em que Abiniel faz experimentos imagéticos para investigar o processo de criação da própria obra. Conheci Abiniel ano passado (2020), em um texto sobre o artista e pesquisador que saiu na 4ª edição da revista “Propágulo”. Estudante de Museologia na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), descendente de indígenas e afrodescendentes, Abiniel João Nascimento permite que seu leitor, ao ir conhecendo suas produções artísticas (de fotografia documental a performances), perceba e entenda que estas não estão - nunca estiveram e nunca estarão - deslocadas da sua existência. Além, do incessante desejo do artista por explorar outras linguagens. Exercício de Arquivo #2 traz a documentação que antecede a apresentação final da obra. É possível ver os caminhos escolhidos pelo artista dentro da rede de possibilidades que o processo de pesquisa e construção da obra oferece. A narrativa é construída a partir da busca histórica da origem da palavra “caboclo”. Sobre a região Nordeste, ele pisa. É onde estão os seus. Aqui é seu lugar antes mesmo da história o dizer que é. O tempo é presente pelo som - e pelo anunciamento - de um relógio analógico, o que me faz pensar como a ritmação do tempo colonizador determinou o apagamento e a nova construção das identidades colonizadas. O silêncio, também anunciado, é como a ausência e negligência para com o olhar à história. É posto em xeque o quanto as palavras usadas pelos “pensadores” para descrever aquelas pessoas conseguem preencher as inúmeras variações de culturas, fenótipos, economias, línguas. Intervindo nas imagens para narrar suas convicções, ao aumentar ou diminuir os contrastes (sempre imagens em preto e branco), ele mostra que o seu pensar artístico é crítico, inclusive, do seu próprio processo de construção. Tensiona o olhar à história da história. Aqueles que invadiram os territórios brasileiros mentem sobre como se deram as relações com os que aqui já habitavam. As inscrições em vermelho narram verbalmente observações do artista nas imagens escolhidas; aparecem rapidamente por cima das imagens, em consonância com o tempo marcado pelo relógio, que também é o ritmo para explanação das imagens no vídeo. E em um momento do alto da beleza estética escolhida por Abiniel, ele nos presenteia com a rica quantidade de informações acerca dos processos de apagamento étnico em comunhão com imagens da representação teórica dos indígenas. No momento em que o artista aparece sobre o estado de Pernambuco (pisando, literalmente), além do visível afunilamento territorial e histórico da sua pesquisa, sua inclusão com mais força na narrativa é descrita pela sobreposição de fotografias pessoais² (coloridas) com as imagens históricas (em preto e branco). As imagens e textos verbais que vão saltando na tela são como confirmações mútuas. Na quinta parte do vídeo (que é dividido em seis partes) é quando Abiniel João Nascimento aparece propriamente. É como se começássemos a ver Abiniel em um processo de digestão daquilo que ele tem pesquisado. O que é também um processo autofágico, já que Abiniel digere sua própria história. Sentado, de costas a um fundo marrom, ele se observa e se deixa observar, enquanto suas observações em vermelho continuam a invadir a tela. Agora, não mais fotografias, mas o próprio artista vivo e em movimento está em cena. O ritmo do tempo colonizador segue imperial sobre o sujeito, o que me confirma ser um momento de absorção ainda sob a influência da cronologia colonizadora - ele faz uma leitura dos processos de representação midiáticos (das imagens P&B estereotipadas às coloridas e reais fotografias, até sua própria imagem auto representada em vídeo). Ao se ler numa releitura de um caboclo de lança, Abiniel encerra a quinta parte de seu videoarte afirmando sua identidade enquanto sujeito pertencente daquele espaço e história e anuncia que dali em diante veremos sua regurgitação estética do processo que estamos acompanhando. Na sexta e última parte ele performa diante da câmera brincando com alguns elementos como o couro de um animal de grande porte que hora está sobre si, hora está sobre a cadeira; folhas secas, que hora formam uma máscara em seu rosto, hora estão atrás dele coladas no fundo marrom; e lâminas metálicas douradas que formam outra máscara em seu rosto, dessa vez, aderindo às formas de seu rosto. É a leitura de si enquanto ser que ainda é cercado de elementos que fazem parte do seu sujeito, que relacionam-se com a dor, espiritualidade e identidade históricas e contemporâneas. Abiniel ignora o incômodo de ser observado, como ato que exerceria influência em seu fazer artístico, ao propor deixar-se ser observado, quando ele mesmo cria, edita e publica partes (lembrar que o que vemos em Experiências de Arquivo #2 é o que o artista quer que vejamos) de seu processo criativo nesse videoarte. Ele provoca o leitor a questionar seu lugar: Sou apenas observador? De que forma sou parte dessa história? Não dá pra passar despercebido que o som do relógio analógico continua a marcar a passagem de tempo até o fim do curta. Fim do curta, não da obra. Abiniel fala da importância do tempo num texto que escreveu para a edição de outubro de 2020 (15ª) da revista Outros Críticos. O tempo enquanto partícula (Aracá) se faz presente na história de resistência e de reexistência dos povos indígenas nordestinos. “Escrevo porque também é necessário criar vida através dessa língua e desse espaço-tempo; escrevo para retornar ao futuro onde saúdo os umbigos-sementes que me sustentam”³. Sobre ser parte do que pesquisa e produz, diz que há uma relação mútua “já que a experiência que antecede a construção desse texto também atravessa a constituição corporal do eu-coletivo, que por consequência é futuro-presente-passado”*. O tempo de Abiniel e de seus antepassados não precisa da ritmação de um relógio. Mesmo assim ele faz uso do tempo dos outros. Ele entende de si e sabe como fazer uso desse elemento para tensionar as dinâmicas da arte oriental (coisa para outro texto). Seja no seu videoarte, num texto próprio, num texto de outra revista, ou em outras produções suas, percebemos elementos que evidenciam uma preocupação do artista em manter sua obra unificada. Ele sabe das possibilidades diversas de leitura, releitura e até intervenções, como se sua preocupação nunca fosse aquela obra em andamento no agora, mas sua totalidade no conjunto da obra-vida. Assim como Geraldo de Barros¹, artista paulista que faleceu em 1998 deixando sua última obra (“Sobras”) incompleta, Abiniel está mais preocupado com seu processo de investigação do que com o resultado final da obra. A diferença, é que o pernambucano parece nos apresentar os vestígios de suas criações propositalmente, e ao somar-se suas experimentações linguísticas nos permite, e quer, que possamos rever e refazê-las, ao não deixar que percamos de vista as interferências e conexões que marcam seu ser, seu processo e sua própria obra. ¹ - https://www.revistas.usp.br/manuscritica/article/view/178342/167269 ² - “Antes da fotografia ser possibilidade artística, para Abiniel ela sempre se configurou enquanto espaço de afeto e registro - sua família guarda um acervo enorme de fotos, não apenas de parentes, mas também de amigos e pessoas que sua avó, parteira, ajudou a nascer.” - 4ª edição, Propágulo. ³ - https://issuu.com/outroscriticos/docs/revistaoutroscriticos-2020-ed15 pag 24. * - https://issuu.com/outroscriticos/docs/revistaoutroscriticos-2020-ed15 pag 14 e 15. Texto escrito por Ade Queiroz adelvandomonteiro@gmail.com

  • Coletivos/ produtoras de audiovisual indígena em Pernambuco

    No estado de Pernambuco, valiosas produções audiovisuais indígenas estão sendo produzidas, comunicando através dos filmes, vivências, lutas e costumes. Destacam-se três coletivos formados por povos indígenas de diferentes regiões pernambucanas: Coletivo Fulni-Ô de Cinema (@coletivofulniocinema), de Águas Belas, no agreste; Ororubá Filmes (@ororuba_filmes), de Pesqueira, também no agreste; e Olhar da Alma Filmes (@olhar_da_alma_filmes), em Jatobá, no sertão. Por outra perspectiva, outro destaque vem do sertão, o povo indígena Pipipã de Kambixuru (@povo_pipipa), de Floresta, por meio de vídeos de curta duração vem apresentando as tradições dos Filhos de Serra Negra no YouTube. Também é importante ressaltar o legado da ONG Vídeo nas Aldeias (VNA), de Vincent Carelli, que desde a sua fundação em 1986, vem incentivando e fortalecendo a produção audiovisual indígena em território brasileiro. O Coletivo Fulni-Ô de Cinema surgiu por meio do Vídeo nas Aldeias. Cada coletivo tem o seu olhar e a sua forma de criar os filmes. Em comum, essas produções indígenas fogem do cinema convencional, colonizado, e apontam para um caminho original, potente e indígena. Foram selecionados três filmes de cada coletivo indígena pernambucano. As obras aqui citadas podem ser acessadas por meio dos canais de comunicação dos próprios coletivos. Txhleka - Fale Comigo Direção: Elvis Ferreira de Sá - Hugo Fulni-Ô 2021 - 14 min Tempo Circular Direção: Graci Guarani 2019 - 20 min Episódio 1 - Um Lutador Incansável Direção: não identificado 2021 - 2 min Indicações adicionais: Palermo e Neneco - Um dia na aldeia Mbya-Guarani Direção: Ariel Duarte Ortega e Patrícia Ferreira 2012 - 23 min Link do filme: https://youtu.be/Gce8DlqAPQY Pipipã de Kambixuru Instagram: https://www.instagram.com/povo_pipipa/ YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCfee7SuWce9Mp4XpVnLSS4w Referências: BENTO, Emanuel. Coletivo de cinema indígena de Pernambuco faz campanha para contar histórias sem estereótipos. Disponível em: https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/viver/2019/04/coletivo-de-cinema-indigena-de-pernambuco-faz-campanha-para-contar-his.html . Acesso em 6 de abr. 2021 LINO, Expedito. Coletivo Fulni-ô de Cinema. Disponível em: http://panoramacultural.com.br/coletivo-fulni-o-de-cinema/ . Acesso em: 6 de abr. 2021 Vídeo nas Aldeias. Disponível em: http://www.videonasaldeias.org.br/2009/ . Acesso em: 6 de abr. 2021

  • O Agreste psicodélico em A Noite do Espantalho (1974)

    De repente estamos pisando no chão quente de Brejo da Madre de Deus, observando por dentro o Teatro Nova Jerusalém. Depois de dois anos sem o maior espetáculo ao ar livre do mundo (devido a pandemia), no filme A Noite do Espantalho (1974) dirigido pela grande figura do MPB Sérgio Ricardo, temos a oportunidade de revisitar o local que também foi palco de tantas outras manifestações artísticas, como a desse filme. Se fosse possível descrever este filme numa visão geral, diríamos que é um musical sobre um grupo de trabalhadores lutando pela sua sobrevivência em um Nordeste devastado pela seca e pelo sol “de dois canos”. Ao escrever isso, sinto como se deixasse o filme vago demais. A imagem produzida na mente pode representar um filme tradicional, com uma temática já recorrente no cinema brasileiro e especialmente, no Cinema Novo. O coronel que oprime, o capanga que executa, os trabalhadores ao sol e o vaqueiro salvador. Mas não é bem assim! A trama que gira em torno de Maria do Grotão, Zé do Cão e Zé do Tulão, está longe de ser um filme comum, que passou sem deixar rastros. Na leitura que faço do filme, considero que: (1) pode ser um musical brasileiro e pernambucano dos anos 70 (gênero pouco explorado na região) ou (2) pode ser um sonho febril de 1h22min. Com um roteiro extremamente criativo e coeso com o que propõe, acordamos em um universo próprio e até então único. Existe uma relação entre a câmera, o personagem e o espectador, a famosa quebra da quarta parede que é rotineira em musicais. O filme apresenta isso de uma forma muito sucinta, ao transformar o espectador em cúmplice de tudo que vai acontecer nos próximos atos. Olhando diretamente para a câmera, o coronel relata seus planos malignos, mas, ainda assim estamos no escuro junto com os outros personagens, menos aquele que dá nome ao filme: O Espantalho. Interpretado por Alceu Valença, o personagem aparece nesse filme como uma grande imagem espiritual, quase que atuando no que hoje seria uma versão de si mesmo. Sua presença é divina, seja nos palcos na vida real ou sendo o personagem que nos guia e a sua manada de fiéis, os trabalhadores. Sua voz ecoa pelos quatro cantos do cenário. “Sou cantador de Cajazeira E vim cantar a minha gente Gente que não foge do aço Gente que não corre de macho Nem de onça ou de mulher” A Noite do Espantalho é uma grande mistura de vários elementos surrealistas, tradicionais, ficcionais e poéticos. Um grande cordel transformado em obra cinematográfica. As músicas, escritas pelo diretor Sérgio Ricardo, dão uma sensação de pertencimento, seja dos personagens que descrevem as situações em versos melódicos ou da imersão de quem assiste nesse universo caótico. A psicodelia apresentada no filme se intensifica com as rimas acompanhadas da melodia pesada. Os toques musicais profundos abrem caminho para os personagens comporem suas dores em um timbre forte, transformando as falas em versos. O trabalho da música no filme é bem incorporado ao saber quais instrumentos devem ser usados de acordo com a intensidade da cena. Indo da guitarra ao pandeiro, a história é construída por esse meio narrativo. “Meu avô ensinou ao meu pai, e meu pai me repetiu: sem um não tem o dois, sem o dois não tem o três, sem o três não tem o quatro, nem o cinco, nem o seis. Se no final deu errado, se faz a conta outra vez.” Na tentativa da linearidade temporal dos fatos, procissões com personagens aleatórios como uma bailarina saltitante no meio dos trabalhadores; os bastidores de uma revolução, com o diretor da cena vestido com um terno vermelho e palhas montadas que se assemelham a foice a ao martelo da União Soviética; e até mesmo um ser dragão com asas, chifres, presas, pele de crocodilo e peitos de fora, nos faz imaginar diversas interpretações para o que Sérgio Ricardo, Maurice Capovilla, Jean-Claude Bernadet e Nilson Barbosa, todos roteiristas, quiseram apresentar. Sejam essas interpretações literárias, poéticas ou até mesmo, religiosas. Podemos nos apegar à possibilidade que o filme A Noite do Espantalho pode ser uma grande alegoria religiosa, levando em conta o local de gravação, o tema da fé como forma de luta e resistência e o poder da grande divindade que o personagem de Alceu exibe. Onipresente, onisciente e onipotente, não importa onde o mal estiver, o Espantalho estará lá transformando seus versos em respostas espirituais. Alceu interpretando o Espantalho, com sua juventude aflorada exibindo seus cabelos longos, segurando um cajado que antes fazia parte da cruz na qual estava preso, sofre junto com o trabalhador que sangra nas mãos do Coronel e de Zé do Cão, um tipo de cangaceiro do mal que é contratado pelo Coronel para expulsar o povo das suas terras. Uma imagem crística pode ser vista no Espantalho. Já a figura do dragão aparece sendo aclamada pelos dois responsáveis por amedrontar àqueles do bem, deixando a interpretação livre para que seja a cabeça maligna. Suas características físicas (chifre, presas, olhos negros) podem ser relacionadas a um bode, esse que é representado como o Diabo em muitas adaptações. Ou Maria do Grotão, uma mulher tentada a sedução dos dois Zé. São vários elementos que juntos resultam em uma rica discussão sobre a grandiosidade dessa obra. A Noite do Espantalho é inegavelmente um marco na nossa cultura. Foi escolhido para representar o Brasil no Oscar de 1975, mas não conseguiu a indicação. Ainda assim, ganhou diversos prêmios de melhor ator, melhor composição, melhor fotografia e até mesmo o prêmio especial dos festivais de Cannes e de Nova Iorque. Sua divindade artística não ficou apenas dentro da ficção. O fenômeno sensorial que o longa transmitiu foi além, graças ao trabalho espetacular de todos os artistas envolvidos nessa obra. A perfeição musical e surrealista que vai da montagem até a direção de arte mostra como o cinema feito em Pernambuco consegue ser cada vez mais diverso e surpreendente. É uma obra que deveria se tornar um pecado caso deixada de lado. Quando o corpo vai prum lado e vai pro outro o coração cante que só passarinho jogue o corpo na canção que o coração vê caminho e os pés se movem no chão Resenha crítica escrita por Samara Torres bianca.torres@ufpe.br

  • Funcultura Audiovisual abre inscrições na próxima segunda

    Inscrições acontecem no formato online e vão até o dia 26 de abril. Começam nesta segunda (05), as inscrições para o 14º Edital Funcultura Audiovisual e para o 15º Edital do Funcultura Audiovisual. Com um aporte de R$ 14,28 milhões, distribuídos nos dois editais, os interessados têm até o dia 26 de abril para efetuarem suas inscrições no formato online. O 14º Edital do Funcultura Audiovisual (2020/2021) destinará R$ 8 milhões para os projetos aprovados nas categorias de longa-metragem (produção e finalização) e produtos para televisão (obra seriada documental, obra seriada ficção, obra seriada animação, telefilme documental e telefilme ficção ou animação). Clique AQUI e confira o edital e seus anexos. O segundo edital, o 15º Edital do Funcultura Audiovisual (2020-2021), destinará o valor de R$ 6,28 milhões, para categorias não contemplados no primeiro certame: curta-metragem, games, difusão, formação, desenvolvimento do cineclubismo, “revelando os pernambucos”, pesquisa e preservação, desenvolvimento de longa-metragem, desenvolvimento de produtos para TV, obra seriada de curta duração, finalização e distribuição de longa-metragem e websérie/webcanal. Clique AQUI e confira o edital e seus anexos. O edital do Funcultura Audiovisual tem como objetivo selecionar projetos oriundos de produção pernambucana independente de obras audiovisuais e eventos do setor. As categorias apresentadas são: longa-metragem, curta-metragem, produtos para televisão, games, difusão, formação, pesquisa, preservação, cineclubismo e revelando os pernambucos. OUTROS EDITAIS – 3º Microprojeto Cultural Também no dia 05 de abril, o 3º Microprojeto Cultural abre suas inscrições. O prazo, porém, vai até o dia 16 do mesmo mês. Voltado para iniciativas de indivíduos, grupos e coletivos, formados por jovens de baixa renda entre 18 e 29 anos, principalmente de cidades com baixo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), o edital conta com o montante de R$ 640 mil para os projetos, com um limite de R$ 15 mil para cada. Para saber mais, acesse: www.cultura.pe.gov.br/editais/edital-funcultura-microprojeto-cultural-2020-2021. Funcultura Geral Ainda em Abril, a partir do dia 19 o Funcultura Geral abre seu período de inscrições que vão até o dia 30/04. Ao todo serão disponibilizados R$ 15,68 milhões para incentivar projetos das seguintes linguagens culturais: Artes Integradas, Artes Plásticas, Artes Gráficas e Congêneres, Artesanato, Circo, Cultura Popular e Tradicional, Dança, Design e Moda, Fotografia, Gastronomia, Literatura, Ópera, Patrimônio, Teatro, Formação e Capacitação e Pesquisa Cultural. Para saber mais, acesse: www.cultura.pe.gov.br/editais/edital-funcultura-geral-2020-2021.

  • Livro de Geneton Moraes Neto resgata as memórias do Super-8

    Organizado pelo pesquisador Paulo Cunha e-book está disponível no site da Amazon. Uma coletânea de textos escritos, entre 1973 e 1983, por Geneton Moraes Neto (1956-2016) resgata parte da memória do que foi a produção de Super-8, no Recife, uma das mais criativas experiências de cinema experimental produzidas no Brasil. Na sua grande parte inédita, as reflexões do jornalista e cineasta são disponibilizadas agora no e-book Expedições à Noite Morena: em defesa de um cinema vadio [Fazer Super-8 no Brasil dos anos 1970], da editora Contraluz e disponível no portal da Amazon. Muitas reflexões de Geneton sobre o cinema em geral e o Super-8 em particular foram retirados de dois cadernos pessoais que ele preencheu entre 1977 e 1982. São os trechos mais íntimos, que permitem acompanhar a maneira como a geração do Super-8 foi percebendo a importância da expressão cinematográfica. Há também, no e-book, textos que foram escritos e publicados em jornais, mas que nunca tinham sido reunidos. Organizado pelo pesquisador Paulo Cunha, que teve acesso irrestrito aos diários de Geneton Moraes Neto, o e-book traz ainda um vasto material iconográfico, com a reprodução de trechos dos cadernos e das reportagens, além de fotografias do período. Segundo o organizador, o livro é quase um álbum de recordações de um momento do cinema feito em Pernambuco que oscilava entre a ingenuidade e a ousadia total. “Tenho percebido que jornalistas, realizadores e estudantes de cinema têm cada vez mais dificuldades de compreender o que foi o surto de produção em Super-8 dos anos 1970. E nesse sentido o livro é uma maneira de dar um mergulho profundo e divertido na história daquela geração”. Além de Paulo Cunha, organizador e autor da apresentação, o e-book teve a participação de Ana Farache (edição e revisão) e Jaíne Cintra (que criou e executou o projeto gráfico). O conjunto de materiais também ajuda os pesquisadores do cinema brasileiro, na medida em que trazem a gênese de muitos filmes de Geneton Moraes Neto. Estão no e-book, por exemplo, os primeiros rascunhos de roteiros e poemas que seriam utilizados posteriormente nos curtas, assim como a motivação de cada um deles no instante em que foram concebidos. Por outro lado, como explica Paulo Cunha, “o material é a defesa de um cinema mais impactante e mais simples, longe das superproduções que passaram a ser realizadas após a retomada, o que pode encher de sonhos e energia a cabeça da garotada que está se lançando hoje no audiovisual”. Os cadernos cobrem o período que contempla a realização de onze filmes em Super-8 de Geneton Moraes Neto: Quando JK (11 min., 1977), Corinthians, Coração (8 min., 1977), América Morena I (12 min., 1977), América Morena II (20 min., 1977), A Flor do Lácio é Vadia (6 min., 1978), Esses Onze Aí: Um filme panfletário, a favor do futebol (10 min., 1978, com Paulo Cunha), Funeral para a Década de Brancas Nuvens (10 min., 1979), Fabulário Tropical (6 min., 1979), Navegar em Terra Firme (9 min., 1980), A Esperança é um Animal Nômade (9 min., 1981), Loja dos Trapos do Coração (10 min., 1982). Mesmo lançado apenas em 1983, há referências a O Coração do Cinema (16 milímetros, 18 min., com Paulo Cunha) assim como aos filmes em Super-8 anteriores a 1977: Mudez Mutante (7 min., 1973), Isso é que é (6 min., 1974, com Amin Stepple), Conteúdo Zero: Um filme para desentendidos (14 min., 1975), Recife, I Love You (10 min., 1975), Tudo, Tudo (10 min., 1975) e Verão, Veredas (14 min., 1976). SERVIÇO Expedições à Noite Morena: em defesa de um cinema vadio [Fazer Super-8 no Brasil dos anos 1970], de Geneton Moraes Neto. E-book, Editora Contraluz, 131 páginas. Disponível no portal da Amazon. Acesso para download: https://amzn.to/3rQlPDY Preço: R$ 11,05

  • O que porra é cinema de mulher?

    A mostra de cinema de mulher e o desvelar do machismo no audiovisual pernambucano. A dissertação que escrevi como conclusão do mestrado em comunicação social na UFPE, cursado por mim de 2014 a 2016, trata sobre um momento muito particular do pensamento sobre o cinema produzido em nosso estado, Pernambuco. O trabalho se atém sobre a contribuição das mulheres que fizeram e/ou ainda fazem parte da cadeia produtiva de cinema do estado, sob a perspectiva de um devir mulher que acredito ter sido despertada em nossa sociedade brasileira, com maior força, junto ao advento dos Governos Lula (2002 a 2006 e 2006 a 2010) e Dilma (2010 a 2014 e 2014 a 2016), no embalo de algumas políticas públicas implantadas nesse período para a equidade de gênero. O título explosivo diz respeito a uma frase publicada como comentário, nas redes sociais, sobre uma mostra de cinema de mulheres ocorrida em 2015, período em meio aos meus estudos, que se tornou estudo de caso da dissertação e também gatilho para muitos debates e futuras mudanças que vieram a ocorrer nas políticas públicas e na cena local de cinema quanto às representações e representatividade das mulheres. É um trabalho apaixonado, que me tomou a cabeça e o coração de maneira intensa ao longo de todo o processo de pesquisa e escrita, mas que teve a condição de ser escrito com muita rapidez e poucas parcerias, já que o feminismo foi e continua sendo um interdito social e na academia, até hoje. Agradeço em especial a colaboração das cineastas que entrevistei para o trabalho. Dessa forma, as teorias feministas como um todo, fossem elas mais voltadas para as questões socioeconômicas ou para o campo do cinema propriamente dito, alimentaram uma fome que eu sentia de enfrentar os paradigmas patriarcais que vivenciei e ainda vivencio enquanto me movo no meio, já que além de acadêmica sou trabalhadora audiovisual a cerca de 17 anos. Espero que esse trabalho, hoje avalio, ainda que por vezes exaltado e noutras vezes insuficiente em suas conclusões, ajude a despertar novos embates, novas pesquisas e novas realizadoras para nossa primavera no audiovisual. Ação, mulheres! Dissertação completa: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/23077 Sobre Naya Lopes: Educadora popular, realizadora e doutoranda em cinema pela UFPE. Trabalha junto aos coletivos Ficcionalizar, desde 2016, e Fazendo Milagres Cineclube, desde 2012, além de coordenar outros projetos em cinema e educação com ênfase na descolonização do olhar, como a Baobácine - Mostra de Filmes Africanos do Recife (2018) e o curso audiovisual Ficcionalizar no Kilombo (2019). Também é integrante da banda Casas Populares da BR-232 (2005), do Coletivo Cabelaço de Mulheres Negras (2012) e do Coletivo da Negritude do Audiovisual de Pernambuco (2018).

  • Oitava edição do Festival de Cinema de Caruaru é realizada em formato virtual

    As exibições dos filmes selecionados serão feitas através de uma plataforma de streaming. Entre os dias 15 e 30 de março, será realizada a oitava edição do Festival de Cinema de Caruaru, no Agreste de Pernambuco. Nesta edição, o evento acontecerá de forma virtual, com transmissões ao vivo pelo Instagram e canal do YouTube do festival, além de oficinas remotas e exibições por meio de streaming. Esta será a segunda vez que o formato será adotado, devido as normas de segurança adotadas durante a pandemia. Ao todo, serão realizadas seis mostras competitivas: Infantil, Adolescine, Latino-americana, Agreste, Brasil de curta-metragem e Brasil de longa-metragem. As exibições dos filmes selecionados serão feitas na plataforma cardume.tv.br, exceto dos filmes das mostras Infantil e Adolescine que estarão disponíveis no site FestCineCru. Nesta edição, o festival contará com o aporte financeiro da Lei Aldir Blanc, que tem o objetivo de apoiar a retomada da produção cultural. O festival será gratuito. Confira a programação: Cronograma de Debates Mostra Infantil Data: 16/03 Hora: 19h Mediação: Edson Santos Mostra Adolescine Data: 17/03 Hora: 19h Mediação: Edson Santos Mostra Latino-americana Data: 18 e 19/03 Hora: 19h Mediação: Luciano Torres Mostra Brasil de curta-metragem Data: 20 e 21/03 Hora: 19h Mediação: Stephanie Sá Mostra Agreste Data: 22/03 Hora: 19h Mediação: Priscila Urpia Mostra Reconexões Data: 23/03 Hora: 19h Mediação: Stephanie Sá Mostra Brasil de longa-metragem Data: 24 a 27/03 Hora: 19h Mediação: Edson Santos Mostra Especial Caruaru Data: 28 e 29/03 Hora: 19h Mediação: Stephanie Sá

  • Hilton Lacerda: cinema, liberdade e a pluralidade do Cinema Pernambucano

    Através de Tatuagem, primeiro longa-metragem lançado em 2013, Hilton carimba sua marca registrada, autenticidade e inquietude. Hilton Lacerda é roteirista e diretor de filmes consagrados em Pernambuco e no Brasil. Entre suas obras mais famosas estão Amarelo Manga (2002) e Árido Movie (2005), como roteirista; e Baile Perfumado (1997), como co-roteirista junto com Paulo Caldas e Lírio Ferreira. Desde o seu lançamento, Baile Perfumado é tido como um marco da retomada do Cinema Pernambucano. ​ Nascido em Recife, iniciou suas atividades no audiovisual atuando como assistente de direção e co-roteirista. Nos anos 90, formou com Helder Aragão (Dj Dolores) a dupla Dolores & Morales, responsável pela direção de vários videoclipes da cena Manguebeat, de bandas pernambucanas como Chico Science e Nação Zumbi, Mundo Livre S/A e Mestre Ambrósio. Em 2013 lançou seu primeiro longa-metragem de ficção Tatuagem, que trata da história de uma trupe de teatro vivendo, em plena ditadura militar, de arte em busca de liberdade. Através de Tatuagem, Hilton carimba sua marca registrada: autenticidade e inquietude. Marca essa que também se faz presente na sua mais recente produção, Fim de Festa, lançado em março de 2020. Mais uma vez a obra de Hilton provoca o espectador e traz à tona um sistema político social falho. Hoje, o cineasta é um dos personagens que representam essa leva de artistas responsáveis por dar vida ao Cinema Pernambucano ou ao cinema produzido em Pernambuco. Hilton conversou com a Spia sobre cinema, liberdade, o manguebeat, e a parceria de longa data com Cláudio Assis. Como é que você está? Como tem sido conviver com a pandemia? ​ "Tenho tido a impressão que esses últimos tempos a vida se tornou meio que uma prisão. No meu caso, eu tive a sorte de estar finalizando uma série. A gente filmou no final do ano passado a série Chão de Estrelas, e começamos a montar antes das coisas pararem. Terminamos fazendo uma montagem virtual, se alongou muito, mas deu certo e terminou ocupando todo o meu tempo. Fora isso eu estou me sentindo meio em suspensão, mas nada em particular. Acho que todo mundo deve estar com sensações parecidas, pelo menos as pessoas mais interessantes." ​ Assisti sua obra mais recente, Fim de festa, e acho que todo mundo ainda está com aquela sensação de ressaca pós carnaval. ​ "O Fim de festa é muito metafórico nesse sentido, fala muito sobre o final de um tempo ou um prenúncio de alguma coisa, mas dá essa sensação de suspensão de apreensão, eu, pelo menos não estou confortável com o mundo." ​ Assista ao trailer de Fim de Festa ​ Você é muito importante para o Cinema Pernambucano, esteve à frente de grandes obras tidas como referência para esse cinema, então eu começo perguntando para você qual a principal característica do Cinema Pernambucano? ​ "Quando eu vou falar sobre as características do cinema Pernambucano, uma coisa que me deixa muito feliz é dizer que ele não tem uma característica de conter formalmente um conteúdo fácil de você captar. É um cinema muito plural, que vem de muitas fontes e principalmente de uma classe média que começou a reproduzir história, acho que isso é um dado muito importante. Mas quando a gente começa a procurar o que talvez dê unidade a isso [Cinema Pernambucano] o que eu sempre respondo, e que acho que seja a coisa mais característica desse cinema, seja o fato do cinema ter criado um modo de produção, um modo de produzir muito característico que se não tivesse sido inventado ele não teria essa multiplicidade de informação. Se a gente fosse responder a uma maneira de produzir, que fosse a maneira de produzir exportada desses centros produtores de cinema como Rio e São Paulo, provavelmente tivéssemos uma produção muito menor, que não tivesse impacto e talvez nem conseguisse alavancar. A principal coisa foi inventar essa fórmula de produção que meio que descolonizou um pouco a maneira de se enxergar o cinema como era feito, mas também a maneira de se enxergar dentro desse cinema, uma maneira de passar a escrever uma nova possibilidade de produção audiovisual que é importante para Pernambuco, mas que foi importante para o Brasil também." Percebo isso quando a gente pesquisa “Filmes nacionais importantes” e existe uma porcentagem pernambucana ali que é vista como referência para outros filmes tão singulares quanto os nossos. ​ "Pois é, singulares é uma boa palavra. Poderia existir um tipo de cinema que se repete, de maneira criativa, mas que se repete como uma música. Isso tem muito a ver com a música. O movimento Manguebeat tem na linha de frente Chico Science e Nação Zumbi junto com Fred Zero 4 e o Mundo Livre S&A, são duas bandas que cresceram juntas, mas completamente diferentes. Na verdade, o Manguebeat não era um ritmo, era uma proposta de movimento que cabia muita coisa, tanto que depois começaram a colocar tudo dentro do mesmo saco e tudo era Manguebeat." ​ Confira as obras de Hilton Lacerda disponíveis na Cinemateca Pernambucana ​ O Manguebeat foi um movimento que surgiu no Recife e ficou muito popular no Brasil todo, mas eu percebo que ele só cresceu na região metropolitana. Você acha que faltou alguma coisa para ele se expandir para outras regiões do Estado? ​ "A resposta do próprio Estado em relação ao que era produzido demorou muito, essa resposta dentro de Pernambuco quando aconteceu, estou falando ali em 1994/95, veio por um respaldo feito pela Folha de São Paulo pela surpresa que eles [Chico Science e Nação Zumbi] causaram quando foram fazer um show em São Paulo. E aí tiveram um núcleo de pensadores ali que viram e disseram “ - Nossa, finalmente apareceu um movimento musical outra vez no Brasil”. ​ A recepção local antes disso era muito pequena e depois começou como acontece muito em Pernambuco, começou um certo orgulho por qualquer coisa, mesmo que você não saiba o que é. Eu garanto a você que o orgulho pelo Cinema Pernambucano é maior do que o número de filmes que saíram, tem gente que provavelmente não assistiu nenhum filme produzido aqui, ou se viu não conseguiu entender porque tem uma mente muito estreita no sentido de ser tão colonizado que não consegue perceber o que esses filmes querem dizer. ​ Acho que quando a gente fala nisso hoje é porque talvez o Manguebeat já tenha cumprido uma função de fato. Naquele momento era uma coisa importante, você via que as periferias mandavam algum tipo de recado, periferias especificamente do Recife. E de uns tempos pra cá, essas coisas se diluíram e acho que hoje falte um pouco dessa memória, dessa memória que é muito curta, principalmente nesses municípios periféricos que são muito facilmente bombardeados por informações de outros lugares, eles estão muito mais preocupados se estão em dia em um contexto universal, do que na verdade entender o que você pode criar a partir desse movimento." ​ O passinho das malocas se encaixa um pouco nisso? ​ "Pode ser, mas acho que o movimento do Brega Funk aqui em Recife pode se encaixar melhor. É um movimento incrível, periférico e o passinho está relacionado a isso, são movimentos que conversam entre si, bebem de outras fontes mas se conversam. O que eu acho mais interessante é esse distanciamento no sentido de você entender como essas escolas são importantes como forma de você observar a narrativa, como no cinema. Quando eu observo a produção de Super 8 na década de 70, o que me vem na cabeça não é reproduzir o que eles fizeram, mas que informação existe ali que eu gostaria, a partir de um ponto de vista muito específico, de recontar, de um ponto de vista narrativo que fosse meu. ​ Nesse sentido eu tenho uma visão de cinema, digamos menos anárquica do que seria uma visão produzida pelo pensamento dos super oitistas pernambucanos. Claro que dentro disso que eu estou propondo não é um cinema comportado, pelo contrário, é um cinema com uma má educação incrível. Uma das coisas que eu acho engraçada é que essa falta de educação do cinema, eu acho que a gente ter desenvolvido narrativa a partir de discussões e de percepção terminou dando uma certa liberdade, você não tinha muito medo de não oferecer respostas a certas coisas que eram consideradas regras ou leis." "Se eu chamo dois homens pra fazer um papel que eles vão se pegar isso causa constrangimento, mas se eu coloco um ator para dar um tiro na cabeça do outro isso não parece ser um problema, parece uma gratuidade muito grande a violência, mas quando a gente fala sobre a liberdade do corpo e principalmente se esse corpo está coberto de afetividade é mais grave ainda." Acho que uma característica que representa essa “falta de educação” é a falta de pudor nos filmes produzidos aqui. ​ "Pra mim o pudor faz parte desse mundo colonizado que a gente vive. Eu sempre falo isso, como um corpo constrange e como uma arma não constrange? Falava isso com os atores de Tatuagem: “ - A gente não vai ficar explorando a nudez de ninguém, mas ela não é uma questão no Tatuagem”. ​ O corpo é uma arma de liberdade o tempo inteiro, dos personagens, da própria narrativa e em determinado momento eu pensava, se eu chamo dois homens pra fazer um papel que eles vão se pegar isso causa constrangimento, mas se eu coloco um ator para dar um tiro na cabeça do outro isso não parece ser um problema, parece uma gratuidade muito grande a violência, mas quando a gente fala sobre a liberdade do corpo e principalmente se esse corpo está coberto de afetividade é mais grave ainda. ​ Em “Fim de Festa”, é engraçado porque as pessoas ficavam constrangidas até com o que não ia acontecer, as pessoas ficavam constrangidas com uma relação afetiva de pai e filho e achando que no final eles iriam terminar transando e você percebe como a cabeça das pessoas está tão levada a isso que ela começa a ver coisas que não existem. Leva a crer que a afetividade incomoda bastante, é muito impressionante isso." "Existia a ambição dos meninos que faziam aquela cena, de ter um resultado daquilo, mas ao mesmo tempo era uma ambição muito, não vou dizer ingênua por que ninguém era ingênuo, mas você não sabia exatamente o que era." Você foi muito próximo do pessoal que fez a cena do Manguebeat nascer e foi responsável pela direção de alguns clipes de Chico Science e Nação Zumbi, Mundo Livre S&A e Mestre Ambrósio, como foi participar daquilo? ​ "Obviamente que existia a ambição dos meninos que faziam aquela cena, de ter um resultado daquilo, mas ao mesmo tempo era uma ambição muito, não vou dizer ingênua por que ninguém era ingênuo, mas você não sabia exatamente o que era. Obviamente o manguebeat era um projeto de tomar posição, mas ninguém sabia o tamanho que isso ia ter, a gente acreditava, mas não tinha noção da proporção. E aí vem uma coisa que eu acho muito importante, o conceito desse pensamento de cosmopolitismo. Essa ideia que as pessoas confundem cosmopolitismo com absorção de informação apenas. Na verdade, a ideia que eu tenho de ser cosmopolita é de você participar com a ideia que você cria, você ouvir tudo que todo mundo produz não é cosmopolita, se chama consumidor. E naquele momento acho que a gente tinha muita vontade de estar no centro dos acontecimentos, de discutir. Estávamos falando de um mundo que estava começando a se abrir, principalmente essa nova estrada que se abria, o mundo eletrônico e que eram capitaneados que vinham desde dos anos 70 e que marcaram muito essa geração. Você vê que por exemplo a pegada dos tambores de Chico com o maracatu estavam muito mais interessadas em entender o Hip Hop e o punk rock, do que fazer uma libação com as coisas ancestrais, existia uma coisa além." Você acha que essa visão cosmopolita que o mangue trouxe também está dentro do cinema? ​ "Sim! Antes do Baile Perfumado vieram três curtas que já traziam essa ideia o “Cachaça” (Adelina Pontual), “That’s a lero lero” (Lírio Ferreira) e “Maracatu Maracatus” (Marcelo Gomes), principalmente o Cachaça e Maracatus Maracatus, estão conversando com essa ideia da musicalidade que estava sendo criada aqui em Pernambuco. Eles veem de duas vertentes muito diferentes, mas se encontram, numa tentativa cosmopolita de conversar com o mundo. Não foram movimentos dependeram um do outro, inclusive, eu senti eram duas correntes muito diferentes que terminaram uma ajudando a outra. ​ Acho que o Baile Perfumado você vê um exemplo muito prático, no Baile você vê um monte de características no sentido de como pensar o cinema que não foi uma escolha aleatória, foram parte de um processo de amadurecimento. Obviamente partia de um desejo, de uma história, mas a partir disso a história ia se cobrindo de alguns fatos que eram relevantes como o gênero, fazer uma ideia de retomada do cinema era muito caro ao cinema brasileiro e que as pessoas caricaturavam demais que era o cangaço. ​ Uma coisa que eu nunca entendi quando dizem que só fazem filme de cangaço, e eu queria saber onde as pessoas assistem tanto filme de cangaço, se fez muito pouco filme de cangaço para o número de histórias que a gente tem sobre o gênero." ​ Tive a impressão que o Baile Perfumado é muito parecido com Grande Sertão Veredas de Guimarães Rosa, teve alguma inspiração vinda do livro? ​ "Engraçado, não teve nenhuma (...). Talvez até intuitivamente possa ser que isso esteja jogado. Mas a coisa que mais movimentava a gente no sentido de fazer um filme com o Baile Perfumado era poder fazer uma história onde você tivesse muito livre, porque você tinha uma história que era verdadeira, mas você vê o baile ele é na verdade um making-of de uma filmagem. Ninguém sabe como foi, Abraão não deixa muitos dados de como foi. Então a gente ficava livre para criar todas essas associações. ​ Então como exercício narrativo de linguagem talvez fosse mais engraçado imaginar que a gente quis fazer um filme documentando um processo que não foi visto. Talvez aí se encontre com Grande Sertão Veredas, porque o livro não é apenas uma narrativa romântica sobre um personagem, ele quebra um personagem e recorta ele dentro de um ambiente onde aquilo tá acontecendo. É como se fosse 'tô documentando uma ficção'." Você tem uma parceria de longa data com Cláudio Assis, e parecem ser meio diferentes, como é que funciona o trabalho de vocês dois juntos? ​ "Tem uma coisa que é você entender de onde é que vem o que te estimula a fazer as coisas. Minha parceria com Cláudio vem muito de um desejo narrativo que eu tenho. Minhas ideias passam sempre por um processo narrativo. Às vezes fico discutindo com Cláudio, ele tem uma ideia, mas a ideia fica muito distante daquilo que eu acho que funciona. ​ E aí eu tenho uma liberdade total com Cláudio. O jeito dele filmar te dá uma liberdade muito grande, porque ele não se intromete muito, é uma questão de cumplicidade, quando as coisas se complementam. ​ Eu fico muito presente nos filmes de Cláudio, tirando Piedade porque eu estava muito ocupado, fiquei muito pouco tempo, mas geralmente fico o set o tempo inteiro, conversando com a arte (direção), com os atores. É um trabalho conjunto, ele começou conjunto, tende a ser conjunto. Um trabalho de construção de um pensamento. Eu e Cláudio somos bem diferentes, até a forma de narrar o mundo." ​ Piedade é sua obra mais recente com ele, como foi o processo de construção desse filme? ​ "Piedade é um projeto muito longo, o roteiro tem uma dimensão que eu gosto muito no sentido do amadurecimento de Cláudio. Eu dizia muito: “Cláudio, você precisa contar histórias que as histórias não se protejam somente nos personagens”. A própria história precisa ter uma narrativa, acho que ele ficava muito receoso de não dar conta desses fluxos que a história tem que ter. No Piedade o que eu vejo é um filme que foi escrito a partir de um preceito muito específico, que estava ali na própria história de Cláudio. Há muito tempo eu dizia a ele para escrever sobre isso e quando eu falo escrever sobre alguma coisa não é contar a história do que aconteceu, é você se aproveitar de um fato que aconteceu na sua vida e transformar isso numa narrativa. O Piedade era isso, a história de um irmão de Cláudio que tinha sido roubado da maternidade quando era criança e ele descobriu depois esse irmão. ​ A base da história era essa no início, tinha um pouco a ver com a história de Cláudio. Tanto que a mãe dele ficava lá nas filmagens conversando com Fernanda Montenegro, não tinha nada a ver com o filme, mas era interessante ver o encontro das duas, elas tem quase a mesma idade. Dentro disso você fazer uma leitura de mundo, dessa cidade fictícia é Piedade. Eu acho um passo muito maduro no cinema de Cláudio." ​​ Você tem produzido ou pensado algum projeto futuro? ​ "Eu tô finalizando uma nova série pro Canal Brasil que se chama Chão de Estrelas, que é uma espécie de (que nome ridículo) spin-off do Tatuagem. a gente pega o nome do grupo de teatro mas é contemporâneo. E o Magiluth (grupo de teatro de Recife) me ajudou muito nesse processo. São sete episódios de 50 minutos, é uma série muito longa. É incrível, eu estou muito feliz com o resultado. As encenações, tem muito a ver com a ocupação dos espaços, o lugar da arte, destruição da arte, isso é o que acaba me excitando. Fora isso estou escrevendo outras séries, pensando um terceiro filme, uma terceira ficção depois do Fim de festa. Como se fosse um terceiro momento de perceber narrativamente esse mundo, levando em consideração que se por um lado a minha mente tá muito super excitada com tudo que acontece, no sentido de opinião, mas me sinto um pouco cansado de como as coisas estão lidando, meio esgotado."

  • Camilo Cavalcante promove oficina Filme de Baixo Orçamento

    Iniciativa é gratuita e acontecerá em março O cineasta pernambucano Camilo Cavalcante vai realizar a oficina Filme de Baixo Orçamento, que tem como objetivo debater sobre cinema de baixo custo e incentivar a produção de cinema independente. A oficina acontecerá entre os dias 10, 12, 15, 17 e 19 de março, das 19h às 21h, de forma remota. Através do projeto, o diretor de A História da Eternidade (2014), busca pensar como são produzidas as obras audiovisuais de baixo orçamento, por meio de análise de filmes e discussões sobre tópicos fundamentais dos processos técnicos, artísticos e operacionais que envolvem uma produção cinematográfica. O cineasta vai apresentar perspectivas para a construção de um cinema poético, da ideia à realização, a fim de estimular a criatividade, o senso crítico e aguçar o ponto de vista artístico dos participantes. A iniciativa é gratuita e estará com inscrições abertas até o dia 22 de fevereiro. Os interessados devem ter no mínimo 18 anos e podem se inscrever através do link. A lista dos participantes selecionados será divulgada no dia 01 de março. As vagas são limitadas. O projeto tem patrocínio da Lei Aldir Blanc, produção da Aurora Cinema (@auroracinemanovo) e apoio do Governo de Pernambuco. Para mais informações sobre a oficina Filme de Baixo Custo, basta acessar o Instagram da @auroracinemanovo, ou através do e-mail oficinacamilocavalcante@gmail.com. Serviço: Oficina Filme de Baixo Orçamento Data: 10, 12, 15, 17 e 19 de março. Hora: Das 19h às 21h. Local: Link do zoom Inscrições: clique aqui

  • Cineasta Leonardo Lacca promove oficina de preparação de elenco

    Objetivo é preparar os participantes para seleções e obras audiovisuais. Entre os dias 27 de fevereiro e 27 de março será realizada a Oficina de Preparação de Elenco, de forma online e gratuita. A iniciativa foi desenvolvida pelo cineasta e preparador de elenco Leonardo Lacca e tem o objetivo de abordar técnicas de atuação, além de preparar os participantes para seleções e obras audiovisuais com a produção de self-tapes (auto filmagens utilizadas nos testes). O projeto vai oferecer apenas 10 vagas, a fim de promover uma vivência intimista, com muita troca e atenção individual aos participantes. Serão 5 encontros coletivos com 3 horas de duração cada, sempre aos sábados, das 14 às 17h. Ao final, serão realizados encontros de mentoria individual de 1 hora de duração com cada participante. Os interessados em participar devem se inscrever até o dia 16 de fevereiro através do formulário online e dar um depoimento sobre qual a motivação para participar da Oficina. O depoimento pode ser enviado através de vídeo criativo ou um texto. Destinada a atrizes e atores iniciantes, preferencialmente de Pernambuco, as vagas tem como prioridades pessoas pretas, pardas ou indígenas, mulheres, pessoas idosas, pessoas com deficiência e pessoas cuja identidade não seja cisgênera. Para mais informações, basta acessar o link do formulário ou o Instagram do projeto (@ope_online). A oficina tem o incentivo da Lei Aldir Blanc em Pernambuco. Sobre Leonardo Lacca: Preparador de elenco dos filmes Bacurau (2019) e Aquarius (2016), é também diretor e roteirista. Sua produção teve início em 2001, quando, a partir de uma experiência com VHS, finalizou seu primeiro filme. No ano de 2003, realizou profissionalmente seu primeiro curta. É membro e fundador da Trincheira Filmes, junto com Marcelo Lordello e Tião (Fonte: Cinemateca Pernambucana). Suas produções estão disponíveis no site da Cinemateca Pernambucana. Serviço: Oficina de Preparação de Elenco Data: 27 de fevereiro até 27 de março Hora: 14 às 17h Local: Zoom Inscrições: clique aqui

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A SPIA é um portal colaborativo feito por alunos do curso de Comunicação Social e Design, da Universidade Federal de Pernambuco, campus Agreste. Todo o conteúdo produzido por nós é usado apenas para fins informativos e educacionais.

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