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Capa do EP: Mozart Oliveira

Por Maria Clara Mendes.



Capa do EP: Mozart Oliveira. Por Heitor Silva


A capa do primeiro EP de Mozart Oliveira segue a premissa do que uma capa de disco é capaz de causar como primeira impressão. Basta olhar a capa por alguns segundos e milhares de curiosidades são atiçadas sobre a obra. Impactante, original, repleta de símbolos, tem muito de Mozart na capa, conversamos com ele para entender os significados desse trabalho.


Dono de uma voz inconfundível e de uma presença hipnotizante nos palcos e fora dele, Mozart Oliveira, natural de Gravatá, agreste pernambucano, é uma das revelações da música brasileira. Cantor, compositor, poeta, documentarista, entre outros atributos que não caberiam aqui, mas que explicam um pouco a magnitude de tudo que este artista produz. “Há uma assinatura de quem sou na capa do disco. Não identifico a capa em si como uma espécie de amostra sonora e melódica do disco, mas sim o que coloquei de mim mesmo e de quem sou nas canções”, revela.


Fica evidente a presença de Mozart em suas próprias canções, o que transforma a experiência de ouvir o EP emocionante e de fácil identificação com o público. A cada faixa inúmeras sensações nos levam a lugares pessoais em que as nossas memórias e afetos se encaixam com tudo que é cantado e declamado. A criação de uma obra com essa força tem o talento e a criatividade de seu criador como um dos alicerces. A capa do EP surge, assim, em sintonia com esse lugar. “Eu sinto que a capa se relaciona muito com uma dimensão interna, como se ela emergisse justamente desse oceano particular e denso onde guardo muito do que sinto e onde eu mergulho para ativar minha criatividade artística”.


Um dos destaques da capa está na figura do próprio Mozart, centralizada, representada em um desenho do artista pernambucano Heitor Silva. O desenho traz um Mozart sem roupas, envolto a uma planta, junto da constelação de Aquário, e com um coração flechado à mostra. Um ouroboros, serpente egípcia cuja representação denota o conceito de renovação, cerca o desenho protegendo praticamente todo o corpo de Mozart, exceto a mão direita. A mão direita tem dois dedos apontados para cima, enquanto a mão esquerda traz dois dedos apontados para baixo, alusão a famosa frase “o que está acima é como o que está abaixo”. Conceitualmente uma referência extraída das obras de Hermes Trismegistus. Olhos aparecem na palma das mãos de Mozart. Ao fundo vemos a representação de uma noite estrelada. O nome Mozart Oliveira aparece na parte superior da capa.


Os detalhes da capa corroboram com a força artística que Mozart traz dentro de si e que transforma por completo tudo que compreende sua obra. É também a comprovação de um artista que sabe o que quer e que tem repertório para colocar em prática suas ideias. A parceria com Heitor Silva, portanto, não poderia ser mais apropriada. “Conversamos bastante sobre as cores e quais técnicas de ilustração poderiam ser utilizadas, além de toda a parte de inserção de símbolos. Escolhi Heitor porque notei nele o que eu gostaria como identidade visual desse projeto”. O contato de ambos artistas se deu à distância, através do WhatsApp, em uma valiosa comunicação e troca de referências.


Há uma conexão da capa com as canções, então, naturalmente, a conexão também envolve Mozart Oliveira e todos que se identificarem com o repertório do EP. "Com a colaboração da artista Acsah Lírio, conseguimos no show projetar a capa durante a execução das músicas e era muito mágico ver o público se voltando para a projeção, mergulhando no universo sonoro que criamos para cada canção". Um universo singular que parece nos dizer muito além do que está sendo cantado, é um universo para sentir e se deixar levar.


Tudo que corresponde a este trabalho chama atenção pela qualidade e pela capacidade de despertar emoções. As músicas, a capa, o artista Mozart Oliveira e toda a equipe por trás da produção do EP, merecem reconhecimento. Estamos presenciando o desabrochar de uma geração talentosa do agreste pernambucano, da qual Mozart é um dos nomes para se guardar com carinho e ouvir com paixão.


Um agradecimento a Mozart Oliveira.


Para os curiosos:

Laboratório 63:

Heitor Silva:

Mozart Oliveira:

Filip Bagewitz:

Acsah Lírio:


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