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A Musicalidade Revolucionária em Pernambuco com Gabi da Pele Preta

Atualizado: 9 de mai.

A musicalidade revolucionária em Pernambuco com Gabi da Pele Preta


Por Madu Rodrigues


Foto de Gabi da Pele Preta (Crédito: Rafaela Amorim)


Quem é Gabi?


Nascida em 1 de novembro de 1985, Gabriella Ariadne Silva de Freitas, também conhecida como Gabi da Pele Preta, é uma atriz e cantora de grande incursão em Pernambuco e no Brasil, trazendo através de suas músicas, que mesclam raízes do samba, jazz e MPB, a sua essência de vida como mulher preta, ativista e interiorana.


História


Filha de membros da primeira Igreja Batista de sua cidade natal, Gabi da Pele Preta nasceu em 1985, no município de Caruaru, Agreste de Pernambuco, e teve uma formação protestante de grande importância para a sua bagagem musical. Formados em História e Filosofia, seus pais faziam parte do Coral Madrigal Batista e vivenciavam o evangelho de maneira muito ativa dentro do seio familiar.


Durante a sua infância e adolescência, Gabi cantava músicas da igreja e MPB e com o  incentivo do pai, percebeu a música como uma ferramenta de ensino para mostrar uma construção narrativa da história do país. A exemplo de: Chico Buarque, Gilberto Gil, Vinícius de Moraes, Zé Ramalho e tantos outros intérpretes musicais aos quais a artista se inspirou.


De acordo com a cantora, desde o início, teve  a certeza de que, se um dia se tornasse uma artista, gostaria de ter uma comunicação cidadã, de identificação e com uma função social a partir de suas obras. Compromissos esses que eram vistos através dos cantores apresentados pelos seus pais.


Em 1997, quando tinha 12 anos, o seu pai faleceu e durante muito tempo teve que trabalhar, assim como os seus irmãos, para ajudar a sua mãe. Gabi já foi operadora de caixa, palhacinha de trânsito e garçonete de bufê, sendo constantemente questionada pelas pessoas sobre o seu talento e por não estar cantando, ao qual ela sempre explicava que, devido a sua condição social, não poderia. Ainda assim, Gabi frisa que: “sempre agarrou as oportunidades que lhe eram apresentadas no momento”.


Anos depois, foi aprovada em Comunicação Social e com 18/19 anos, viu um meio de se inserir artisticamente em Caruaru. Através do teatro, entendeu que essa incorporação seria possível, pois poderia pertencer a um grupo e ser uma atriz que cantava. Nesse mesmo período, fez um teste para uma peça de teatro e conseguiu um papel em “Amor em Tempo de Servidão”, criando com esse grupo teatral o alicerce para trabalhar com arte. Mais para frente, integrou o grupo “Samba de Tamanca”, descobrindo um caminho para trabalhar com samba, o que marcou o início de sua trajetória como cantora.


Foto de Gabi da Pele Preta (Crédito: Rafaela Amorim)


Carreira 


Trabalhando com música há 18 anos, Gabi da Pele Preta começou a sua trajetória em 2006, quando entrou pela primeira vez em um bar para cantar. De início, percebeu o samba como um grande alicerce, passando a ser reconhecida como sambista, embora cantasse de tudo um pouco. Anos depois, começou a se interessar por outros ritmos e conheceu Thera Blue, um cantor de sua cidade, que produziu o seu primeiro show a convite da Secretaria da Mulher de Caruaru.


Durante sete anos, foi acompanhada em seus shows pelo músico Felipe Magoo, atualmente conhecido como Felipe Gonçalves, e por três anos pelo violinista Fernando Bezerra. Posteriormente, teve um problema na voz e precisou deixar os palcos por um tempo. Com a sua retomada vocal três meses depois, conheceu o garanhuense Alexandre Revoredo, que lhe ajudou a voltar do zero em um período em que os bares do país foram preenchidos pela música sertaneja e cantar o seu antigo repertório, composto por Chico César, Marisa Monte, Elis Regina, Maria Bethânia e músicas de seus amigos e outros artistas, não fazia mais sentido nesse cenário.


Nesse mesmo momento, conheceu Nina Oliveira e a Marcha Mundial das Mulheres e acabou percebendo que aquela comunicação de cunho social é o que faria sentido de ser levado para o palco, seguindo o objetivo central de conversar sobre assuntos como as questões feministas, negritude e Direitos Humanos, com um repertório militante e de modo autoral.


Em 2016, Gabi da Pele Preta teve o seu projeto musical aprovado pelo Edital Molotov, onde, com a ajuda de Alexandre Revoredo, com quem já tinha feito algumas parcerias, produziu um show acompanhada pela banda do garanhuense em Belo Jardim - PE, se consolidando ainda mais no meio artístico até os dias atuais.


Músicas e Participações


Em seu primeiro trabalho, a cantora enalteceu a alegria e a liberdade por meio do single politizado “Revolução” (2021), composto pelo músico Juliano Holanda, sendo, também, o seu primeiro trabalho em estúdio. Já em 2022, lançou o seu EP composto por quatro músicas de caráter social, produzido pelo músico, compositor e poeta Alexandre Revoredo. “Canção para curar a voz”, “Palavra Feminina”, “Virá” e “Gente” são as canções compostas por Ezter Liu, Joana Terra, Izabela Moraes e Uma Luiza Pessoa.


Conheça algumas participações de Gabi da Pele Preta:


Foto de Gabi da Pele Preta e Alexandre Revoredo (Crédito: Fernando Pereira)


Single “Disque Denúncia” (2016) no Elefante Sessions.

Single “Conectadas pela música: para espantar a dor” (2019) (feat).

Single “Recados” (2020) de Thera Blue (feat).

Álbum “Revoredo” (2020) - Música: “Andor”.

Single “Xô te vê” (2020) de Agda (feat).

Single “Vídeo chamada” (2021) de  Renata Torres (feat).

Álbum “Coração no Meio” (2021) - Música: “Recife, Capital Federal do Carnaval Brasileiro”. 

Albúm “Isolados”(2022) - Música: “Liberdade” de Sam Silva (feat).

Trilha sonora de “Cangaço Novo” (2023) - Música: “A terceira lâmina” de Forró no Mundo (feat).

Baile do Menino Deus (2023) - Música: “Ciganinha” de Baile do Menino Deus.


Assista a entrevista completa!


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