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  • Foto do escritorRevista Spia

Jomard Muniz de Britto: corpo-poesia, nudez e subversão

As relações corporais como narrativas em filmes de Jomard Muniz de Britto.


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Conhecido também pela sua ousadia e subversão como artista poeta, Jomard Muniz de Britto contribui para construção de um importante movimento cineasta em Pernambuco. Seus filmes fizeram importantes construções do movimento e marcaram o Ciclo Super-8 trazendo performances que se destacavam pela irreverência e subversão, seja com a exibição de corpos nus ou até mesmo na crítica ao contexto cultural do estado. Não somente marcou o ciclo como também se destacou construindo poesias visuais nos filmes.


Em alguns deles, Jomard constrói narrativas performáticas que transcendem a imagem e demonstram a poesia dos corpos, da nudez, da transgressão e subversão. Em “Vivencial I”, vemos um grupo de teatro em apresentações pelas ruas do Recife. Jomard registra o espetáculo e os corpos que dançam, performam e trazem essa narrativa corporal, vista em outros curtas do cineasta. Em “Aquarelas do Brasil”, um dançarino se expressa num dos pontos turísticos da cidade, mais uma vez o corpo em evidência. No filme “Uma Experiência Didática”, o corpo em nudez transforma a narrativa em poesia, onde os gestos e movimentos são super expressivos. Já no filme “Toque”, os artistas dançam e performam a nudez e a subversão do corpo nu.


Todos esses filmes citados e outros, demonstram a relação entre os trabalhos de JMB e o culto ao corpo, a poesia, a subversão e a transgressão. O cineasta, por meio de relações corporais em seus filmes, faz do corpo uma poesia. Diria um “Corpo-Poesia”, construindo narrativas corporais e poéticas onde a nudez é naturalizada pelo diretor, embora seja vista como transgressora pela sociedade, e as relações entre os atores dão origem a poesias visuais, narradas através das lentes da câmera de cinema.


Sendo o cinema uma das formas de exercer poder sobre o público por meio das narrativas cinematográficas, a problematização do corpo nu, em evidência como referência, toma maior tempo de tela em muitos filmes de Jomard. Há a necessidade de evidenciar a experiência, o corpo, a nudez e a sexualidade, não como plano de fundo, mas com protagonismo, em narrativas fílmicas.


Nos filmes de Jomard Muniz de Britto, temos a naturalização do corpo, da nudez e da sexualidade impulsionada pelas constantes narrativas corporais e poéticas do diretor. Pensando assim, apresentar e evidenciar o corpo que foge dos tabus, subvertendo as narrativas, não é só necessário, mas parte da identidade do poeta, cineasta e escritor.


Argumento e Vídeo Ensaio por Cladisson.

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