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Novidade, imaginário e sedentarização: o espetáculo cinematográfico no Recife (1896-1930)

  • Foto do escritor: Revista Spia
    Revista Spia
  • 28 de mai. de 2021
  • 2 min de leitura

Fonte: Jornal do Recife (1906).

Em 2014, enquanto cursava o curso de História pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), resolvi frequentar algumas disciplinas no departamento de Cinema. Dessas disciplinas, uma me chamou atenção: Cinema Brasileiro, ofertada pelo professor Paulo Cunha. Ao participar de suas aulas, iniciei um processo de aprendizado sobre a História do Cinema Brasileiro, onde pude conhecer melhor sobre esse campo de pesquisa.


Ao ampliar as leituras fui me interessando pelo período denominado Cinema Silencioso. Li obras hoje consideradas seminais para compreender minimamente como o cinema tinha chegado e se difundido pelo Brasil. Percebi que já existia uma significativa bibliografia sobre essa temática nos estados do sudeste e sul, resultando em dissertações, teses, artigos e livros. A partir desse ponto, comecei a buscar obras que narrassem a história do cinema em Pernambuco, saindo do espectro macro e indo para o local.


À medida que estava pesquisando sobre o período silencioso no Recife, observei que não havia quase nenhuma obra sobre quais ou quando os equipamentos cinematográficos tinham desembarcado nessa cidade. A maioria dos estudos focava no Ciclo de Recife, dando poucas informações sobre o que ocorrera antes. Foi, portanto, neste momento que encontrei meu objeto de investigação, compreender como ocorrera a inserção do cinema no período de itinerância, da sua chegada até o funcionamento das primeiras salas.


Tendo como principal fonte os jornais da época, inferi que a partir de 1896, Recife começou a receber equipamentos cinematográficos. Por meio desses vestígios foi possível localizar em quais lugares aconteciam essas exibições, quem eram as companhias que ficavam por alguns dias na cidade, textos informativos da imprensa sobre as sessões, bem como possíveis filmagens produzidas e exibidas em lugares adaptados para tal finalidade. A pesquisa analisou um período de 13 anos, até 1909, quando a primeiras salas especificas foram criadas, a Pathé e a Royal. Ou seja, verificamos o inicio do processo de inserção do cinema em Recife.


A dissertação foi defendida em agosto de 2018, na UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco), no programa de Pós-Graduação em História. Nela, pude dar contribuições significativas para o período silencioso em Recife. Esta obra é fruto de seu tempo, hoje observo limitações em sua análise, bem como, lacunas ainda por serem preenchidas. Mas o ofício do historiador não seria esgotar essas lacunas, mas sim conceber e proporcionar outras reflexões e problematizações a cerca de seus objetos de estudo. Espero que esse texto possibilite novas ideias e questões para que possamos enriquecer a História do Cinema em Pernambuco.


Sobre Felipe Davson:











Graduado em História pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Mestre em História pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e Doutorando em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Foi mediador e pesquisador da Cinemateca Pernambucana. Co-dirigiu e produziu o Curta O colecionador (2020). Atualmente desenvolve pesquisas sobre a História do Cinema em Recife no período silencioso, com ênfase na formação de uma cultura cinematográfica e como tal processo se constituiu nessa cidade.


Link da Dissertação:

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